A opressão, por mais brutal que seja, não é capaz de aniquilar a expressão dos oprimidos mesmo quando estes estão debaixo das botas e bombas de uma truculentíssima ocupação militar, ainda que estejam sendo deliberamente mantidos com fome, sede e sem remédios. O genocídio que Israel e seus comparsas ocidentais vem cometendo sem trégua, por mais de 15 meses, enquanto vemos nossos feeds, não meteu mordaça nos que o terrorismo-de-Estado sionista constrói como os matáveis, os aniquiláveis.
O morticínio horrendo que Israel e seus cúmplices vem perpetrando – segundo @aljazeera, ao fim de abril de 2025, mais de 52.000 pessoas foram assassinadas por Israel desde 7 de Outubro de 2023, sendo que 65% eram mulheres, menores e idosos – não impediu que neste histórico 2025 acontecesse esta trinca de fenômenos notáveis, indicativos de que os silenciadores e ocultadores da carnificina imperial não passarão:
1) 2 palestinos – Basel Adra e Hamdan Ballal – venceram o Oscar de Melhor Documentário com “Sem Chão” (com colaboração de 2 israelenses anti-sionistas), fato sem precedentes na história do Prêmio (o Hany Abu-Assad havia sido indicado 2 vezes, mas não vencera nenhuma); confira o cinedebate d’A Casa de Vidro:
2) A fotógrafa palestina Samar Abu Elouf é a vencedora do prêmio máximo do prestigioso World Press Photo 2025 @worldpressphoto, consagrada com a Foto do Ano, vencendo quase 60.000 concorrentes. A cerimônia de premiação ocorreu nos últimos dias em Amsterdam e uma ótima matéria da D. Harazim sobre o significado da imagem, icônica das atrocidades de Israel em Gaza, foi publicada n’O Globo.
O pior infanticídio do século 21 – mais de 18000 crianças e adolescentes assassinados pelo terrorismo de estado sionista – está sendo livestreamed em nossos feeds e não conseguimos pará-lo: a fotografia terá algum poder de frenagem da carnificina horrenda que Israel vem impondo ao povo palestino e libanês? …
3) O poeta e jornalista Mosab Abu Toha ganhou o Prêmio Pulitzer, ápice do reconhecimento global para trabalhos jornalísticos. Recomendamos seus artigos publicados na The New Yorker e a entrevista que concedeu ao Democracy Now!
Dêem o Grammy pra Macklemore, Residente ou Lowkey, ou para qualquer outro artista musical que tenha criado obra em solidariedade ao povo palestino tão duramente oprimido e massacrado, e o fenômeno se completa.
Juliette Binoche, gênia da atuação, preside o Festival de Cannes em 2025; em seu discurso inaugural, a atriz francesa lamenta a ausência entre os vivos de Fatma Hasona, fotógrafa de Gaza que tinha 25 anos de idade e realizava há 18 meses o trabalho de documentar, através do fotojornalismo, a carnificina infinita que a tóxica ideologia da supremacia judaica (sionismo) impõe a seu povo desde que a Nakba iniciou para não mais parar (1948-2025). Israel assassinou Fatma junto com 10 membros de sua família um dia após o anúncio de que o filme “Put Your Soul on Your Hand and Walk” (“Ponham sua alma em suas mãos e andem”), dirigido pela iraniana Sepideh Farsi e que tem Fatma como protagonista, seria exibido neste que é um dos mais importantes festivais de cinema do mundo.
FEPAL – “Se eu morrer, quero uma morte que faça barulho”, havia dito Fátima Hassouna, que documentava a guerra em Gaza há 18 meses e foi tema de um novo documentário: https://fepal.com.br/ataque-israelense-mata-fotografa-palestina-e-10-membros-de-sua-familia/
“Se eu morrer, quero uma morte em grande escala”, escreveu Hassouna nas redes sociais. “Não quero ser apenas uma notícia de última hora, ou apenas mais um número em um grupo; quero uma morte que o mundo ouça, um impacto que permaneça no tempo e uma imagem atemporal que não possa ser enterrada pelo tempo ou pelo lugar.”(…) Fatma Hassouna foi morta em um ataque aéreo israelense que atingiu sua casa no norte de Gaza. Dez membros de sua família, incluindo sua irmã grávida, também foram mortos.
A supremacia militar de Israel, com os bilhões de financiamento dos USA, é indiscutível: a IDF tem um poder de fogo e devastação gigantesco. Mas a bancarrota moral do israelismo e do yankeeísmo a ele conexo é também notável: a expressividade cultural dos oprimidos, as obras fílmicas, fotográficas, jornalísticas do povo-vítima deste holocausto é um fenômeno dos mais comovedores.
Os silenciadores do povo palestino estão se fodendo bonito. Estamos de olho, cantando, filmando, fotografando estes horrores que não serão nem esquecidos nem apagados. Sem anistia pra Netanyahu e sua corja de extremistas!
Concluímos com duas frases bacanas de Saramago e Salman Rushdie:
Fonte da img de abertura.
A Casa de Vidro Ponto de Cultura apoia 12° 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐈𝐕𝐀𝐋 𝐂𝐔𝐋𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋 A𝐑𝐀𝐁𝐄 𝐏𝐀𝐋𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐎 DE GOIANIA.
Música, resistência e sonhos em um só palco!
No dia 10 de maio, a partir das 16h, a Praça Estado da Palestina, em Goiânia, será tomada por sons que ecoam rebeldia, afeto e solidariedade!
Entre as atrações, receberemos com entusiasmo o grupo goiano Fritos da Terra, que traz seu som potente, forjado na luta contra todas as formas de opressão.
Uma banda que não se cala. Que transforma cada acorde em trincheira e cada refrão em anúncio de utopias possíveis — mesmo em tempos distópicos.
Eles são arte, são movimento, são parte da luta do povo!
Venha viver essa experiência cultural única, onde música e resistência se entrelaçam em defesa do povo palestino e de todos os povos que ousam sonhar com liberdade.
Organização: Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino (@palestinalivregoias)
Palestina Livre! Viva a cultura que resiste!
🇵🇸 > 10 de Maio | A partir das 16h | Praça Estado da Palestina (abaixo da Feira da Lua – Setor Oeste – Goiânia)
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Publicado em: 09/05/25
De autoria: Eduardo Carli de Moraes
A Casa de Vidro Ponto de Cultura e Centro de Mídia